Reduzir Velocidades nas Avenidas: os Semáforos

Lisboa tem cerca de 600 locais semaforizados, o Porto cerca de 300 e Braga tem 29 em todo o Concelho. Dentro dos limites da cidade são 26 os locais semaforizados, sendo que nenhum foi colocado na última década.

Iam colocar semáforos na Júlio Fragata. Esteve inscrito nas Grandes Opções do Plano do Município de Braga e o projeto da autoria do então chefe de divisão da mobilidade está pronto a ser executado desde 2014. Não foram capazes de o executar.

Iam colocar semáforos na D.Pedro V, um projeto pronto a ser executado em 2016. Não foram capazes de o executar

Iam colocar semáforos na Rua Costa Gomes, algo previsto no projeto da obra que recentemente terminou, que permitia gerir a circulação de autocarros naquela rua. Não foram capazes de o executar, ou de fiscalizar a obra para que se cumprisse o projeto.

Em Lisboa e no Porto os semáforos estão em constante renovação e inovação. Existem sistemas centrais, ou seja, os semáforos são todos controlados num único local, sendo que em Lisboa é a empresa municipal de mobilidade quem gere os sistemas. Em Braga, cada semáforo é controlado em cada cruzamento, não há controlo à distância e integrado.

Sempre que há uma falha elétrica, há uma demora enorme na reação e reposição da semaforização. Por exemplo, na passagem de ano os semáforos da Avenida 31 de Janeiro estiveram desligados desde o dia 30 de dezembro até ao dia 3 de janeiro. Numa cidade inteligente, 4 dias sem os semáforos funcionarem é impensável.

Fazem falta mais semáforos em Braga, para os carros darem prioridade às pessoas que andam a pé.

Fazem falta mais semáforos em Braga, para que os transportes públicos possam ter prioridade nos entroncamentos e cruzamentos.

Fazem falta mais semáforos em Braga, para os carros andarem mais devagar, abaixo dos limites de velocidade.

Não podemos compactuar, nem aceitar, velocidades semelhantes às de auto-estrada, registadas e divulgadas pelo Município de Braga desde 2015, na Avenida Imaculada Conceição, Avenida João XXI, Avenida João Paulo II, Avenida General Carrilho da Silva Pinto, Avenida de São Bento, Avenida de São Pedro e Avenida do Fojo.

Não podemos continuar a compactuar e aceitar os excessos de velocidade praticados na Avenida Miguel Torga, Avenida Francisco Salgado Zenha, Avenida Frei Bartolomeu dos Mártires, Avenida Padre Júlio Fragata e Avenida António Macedo. Coloquem-se semáforos nestas avenidas, para criar reduções efetivas das velocidades, regrar o trânsito e, também, permitir atravessamentos.

Que se coloquem semáforos ao longo destas avenidas que permitam não só abrandar o trânsito, mas que permitam atravessamentos de pessoas a pé e de bicicleta e em alguns locais o cruzamento de transportes públicos, como seja da Rua Nascente para a Rua Ambrósio dos Santos, da Rua D. Pedro V para a Rua Nova de Santa Cruz, na Rua da Fábrica, na Rua Bernardo Sequeira, ou, até, a viragem para Oeste na saída da Central de Camionagem.

Em Vigo temos, por exemplo, a Avenida de Madrid com 8 vias e semáforos, com passadeiras, ao longo de 2,5 km. Em Saragoça, na Avenida Ciudad de Soria, com 8 vias e semáforos, com passadeiras, ao longo de 2 km. Estes dois exemplos são entradas na cidade através das autoestradas, de onde as viaturas chegam a velocidades elevadas. Centenas de exemplos podiam ser dados, até nacionais, e que podem ser aplicados às Avenidas de Braga. 

Certo é que os semáforos são fundamentais para abrandar a velocidade dos carros, sobretudo quando não se quer mexer muito no desenho da mesma. É uma forma de salvar vidas e reduzir o risco de sinistros e desastres automóveis. São fundamentais para regular os cruzamentos e entroncamentos, sobretudo quando têm controlos inteligentes.

A falta de investimento na semaforização em Braga é, também, revelador da prioridade que se dá ao carro em Braga e que não se inverteu, neste século, por cá.

Revelador da importância que se dá à semaforização é a sua colocação na Divisão da Eletromecânica da Câmara Municipal de Braga, removendo-a da Divisão de Mobilidade. Prioridades.

É necessário mais semáforos, mais locais semaforizados, um sistema centralizado de controlo dos mesmos e, porque não, a passagem da competência da gestão, exploração e manutenção dos semáforos para a empresa municipal de mobilidade, os TUB.

É fundamental reduzir as velocidades através do redesenho das nossas avenidas e ruas. Nos últimos dez anos Braga não inovou nem melhorou nesta área da mobilidade.

Antes de dedicar tempo a algumas mudanças comportamentais, é preciso reorganizar a infraestrutura e criar as condições para essas alterações. 

A infraestrutura é condição necessária para a mudança de comportamentos e para salvar vidas.

A mobilidade induz-se.

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