A atividade física durante a juventude exerce uma influência favorável na maturação biológica e aptidão física dos jovens e no seu desenvolvimento pessoal e social. A probabilidade de um jovem ativo ser um adulto ativo é grande. Assistimos, a grandes alterações no estilo de vida atual, como o elevado tempo que as crianças passam a ver televisão a utilizar computadores, bem como o grande uso dos meios de transporte motorizados, que contribuem para a diminuição dos níveis de atividade física. O transporte ativo (pé/bicicleta) para a escola tem vindo a diminuir, coincidindo com um aumento alarmante na obesidade infantil. A vida das crianças é marcada pela falta de autonomia e maior dependência da família, que se reflete nas deslocações para a escola. Práticas parentais com consciência de segurança e dependência do carro convergem para tornar a vida destas, cada vez mais sedentária. A ausência de um planeamento urbano, a degradação de equipamentos, falta de atratividade dos espaços públicos, infraestruturas inadequadas, alta densidade demográfica, falta de segurança no trânsito, são alguns dos fatores a nível ambiental, que podem influenciar a adesão e escolha dos modos de deslocamento da criança à escola, principalmente pelos pais que na sua maioria, são os responsáveis por esta decisão.
Está demonstrado que o modo de deslocamento pedonal é o mais eficiente nas deslocações até 1 km, enquanto a bicicleta é a opção mais competitiva nas deslocações até 5 km. Atendendo a que, cerca de 50% dos trajetos urbanos têm menos de 5 km, é possível concluir que os modos ativos possam representar uma alternativa viável aos modos motorizados.
As deslocações casa-escola representam uma parte significativa nas deslocações de uma cidade, tendo um impacto significativo no ambiente urbano. O potencial da bicicleta não pode ser negligenciado, nem no que respeita às deslocações quotidianas para o local de trabalho ou escola, nem no que respeita aos outros motivos de deslocação. Embora a bicicleta não constitua a única resposta aos problemas de circulação e de ambiente na cidade, representa, uma solução que se insere perfeitamente numa política geral de valorização do espaço urbano e de melhoria da qualidade da cidade, mobilizando escassos recursos financeiros. Apesar das evidências mostrarem que as mudanças em simples hábitos diários, como caminhar de casa até a escola, possam influenciar positivamente a atividade física habitual das crianças, é crescente o número de pais que levam os filhos à escola de automóvel. Estes comportamentos refletem e sugerem um fenómeno atual, as cidades têm sido pensadas para automóveis em vez de ser para pessoas, seus espaços têm sido organizados em favor destes criando assim, uma naturalização e uma dependência do deslocamento motorizado.
Os projetos sobre “transporte ativo” que estão a ser implementado nas escolas tentam promover a mobilidade sustentável, levando a comunidade escolar a pé, de bicicleta, ou utilizando o transporte coletivo, para que se reduzam o número de carros, contribuindo para melhorar a segurança verificada nas ruas, para uma diminuição da poluição visual e sonora, a inalação de gases nocivos para a saúde e aumentado o nível de atividade física. Quantos mais ciclistas circularem numa cidade, maior é a sua segurança, estes transitam a velocidades mais reduzidas que o restante tráfego automóvel, levando à acalmia de tráfego, induzindo os automobilistas a circularem com mais atenção aos ciclistas, com quem partilham a estrada. Em relação aos automobilistas, conhecem mais alternativas de percursos, e em relação ao peão, as suas deslocações abrangem uma área mais extensa. Pedalar para a escola, proporciona autonomia, desenvolve a coordenação motora, o equilíbrio, estimula a atenção, a disciplina, a concentração e integra amigos.
Depois de tudo isto, de que está à espera? Saí a pedalar.