Com o fim de mais um ano e início de outro, é o momento ideal para refletir sobre os avanços e desafios e projetar desejos para o futuro. Em 2024, no âmbito da mobilidade ciclável, Braga registou alguns progressos, mas ainda enfrenta problemas que precisam de atenção.
O principal destaque positivo foi a ciclovia unidirecional na Avenida da Liberdade, que trouxe segurança aos ciclistas numa das vias mais movimentadas da cidade. Esta infraestrutura substitui a convivência perigosa entre bicicletas e carros em alta velocidade. Com uma infraestrutura segura e confortável, mais pessoas usam a bicicleta. É possível até ver filas de bicicletas nos semáforos em horas de ponta, uma imagem que era impossível aqui há uns anos.
Infelizmente, os desafios persistem. Pelo lado negativo, a manutenção das infraestruturas cicláveis continua deficiente: a ciclovia da Encosta permanece suja e cheia de detritos e muitos bicicletários são ocupados por trotinetes ou vandalizados devido à sua má instalação. A Braga Ciclável já alertou várias vezes as entidades competentes sobre as más condições, mas elas persistem.
Além disso, o flagelo dos atropelamentos a peões e ciclistas continua a marcar a cidade. Em 2024, lamentou-se uma vítima mortal na Avenida Imaculada Conceição, uma via que funciona como uma auto-estrada urbana. Braga ainda continua a ser o município onde acontece um atropelamento a cada três dias. A solução municipal proposta – colocar barreiras para impedir os peões de atravessar – ignora a necessidade de reconfigurar a via para reduzir velocidades e torná-la mais segura, além de responsabilizar o elemento mais frágil da equação.
Para 2025, deixo três desejos. Primeiro, o fim das passagens aéreas que é há muito tempo pedido por quem se desloca à pé na cidade. Este tipo de atravessamentos são desconfortáveis e pouco acessíveis, sendo o ideal a sua substituição por passadeiras elevadas ao nível do passeio e controladas por semáforos. Segundo, uma manutenção mais regular das atuais ciclovias da cidade bem como a conclusão da ligação ciclável entre a ecovia do Rio Este, a ciclovia da Avenida da Liberdade e o campus da Universidade do Minho, garantindo um percurso seguro e direto para estudantes e trabalhadores. Terceiro, a inclusão de ciclovias nas avenidas intervencionadas no projeto do BRT, uma oportunidade única para democratizar o espaço urbano e permitir a convivência segura de peões, ciclistas e automobilistas.
Que 2025 seja um ano de avanços concretos e ações que consolidem Braga como uma cidade inclusiva, sustentável e segura para todos.
Um excelente ano novo!