Regista-se o início do turismo com recurso ao uso da bicicleta, em Portugal, no final do século XIX, 3 meras décadas depois de o uso deste modo de transporte se popularizar.
Desde aí, o turismo com bicicleta foi aumentando, e está, neste momento, em franca expansão, por motivos diversos. A procura passa por várias modalidades: o cicloturismo, BTT (com Bicicleta de Todo-o-Terreno), e MTB (com Bicicleta de Montanha). E, dentro destas modalidades, pelos vários tipos de pratica, a que se adicionam as versões eléctrica em cada uma dela.
Há, aqui, oportunidades muito interessantes que, inclusive dando forma ao objectivo do Turismo de Portugal de tornar o nosso país como um destino de excelência neste tipo de experiências, podem ter um impacto positivo relevante na economia, na mobilidade e no ambiente.
Desde logo, Portugal é um país produtor de bicicletas – na verdade, o maior produtor desde há 2 anos -, contando com 51 empresas com faturação média acima dos 10 milhões de euros, que confirmam o aumento da procura e de componentes para bicicletas.
De seguida, as empresas na área do turismo têm bastante a ganhar com este tipo de viajantes, que por norma se estende mais tempo no território e consome produtos e serviços locais, fornecendo agenciamento, programas com recurso a bicicleta que podem ir de algumas horas a vários dias, mapas, alojamento, refeições, refeições volantes, etc.
Há ainda os serviços conexos como, por exemplo, mecânicos especializados, venda de acessórios, lavagem de bicicletas e serviço de transporte de bagagem, para além dos ligados às tecnologias da informação, na produção de mapas e APP úteis a estes viajantes.
Entre as imensas vantagens de promovermos este tipo de turismo no país, destacaria:
- O reduzido impacto ambiental, por exemplo na produção de CO2 e de ruído desta prática;
- O aumento da receita por visitante;
- As oportunidades para áreas rurais e despovoadas – muito procuradas por estes turistas -, nomeadamente a criação ou crescimento de empresas de alojamento, restauração e animação turística.
Há, portanto, muito a explorar e, por isso, muito trabalho que pode ser feito, pelas várias entidades públicas e privadas.
Com uma grande vantagem para os que não são turistas – a mobilidade e os serviços a prestar aos viajantes vão sendo melhorados também para benefício dos ciclistas locais, potenciando uma melhor relação entre os utilizadores das estradas e dos caminhos.