“Portugal foi o maior produtor de bicicletas da União Europeia em 2019. Produziram-se mais de 11,4 milhões de bicicletas na UE no ano passado, 2,7 milhões das quais em Portugal” ou “Covid-19 esgota stock de bicicletas em Portugal”
Estes têm sido (felizmente) títulos de notícias recorrentes. O receio da frequência de ginásios, pelo risco acrescido de contágio, levou a que muitos optassem pela utilização da bicicleta ao ar livre, em passeios higiénicos e de lazer. A utilização da bicicleta, com fins recreativos, ganhou ainda mais força, ao mesmo tempo que cada vez mais pessoas optam por fazer as suas deslocações diárias em bicicleta.
E este poderá ser o começo de uma mudança e reeducação de hábitos. Desde a sua utilização enquanto desporto, até à utilização da bicicleta, no dia a dia, como meio de transporte, permanece apenas um passo que só precisará de ser sustentado e suportado por infraestruturas e pelas condições de segurança necessárias, para ser ultrapassado. E esse momento é agora! Nunca tivemos estradas tão desertas como no ano que passou. Olhamos à nossa volta e, um pouco por toda a Europa, o investimento em alternativas ao carro é notório. Seja em transportes coletivos ou em ciclovias, o paradigma está a mudar. Que todos saibamos retirar algo de positivo deste tão negro momento das nossas existências. E o futuro passa claramente pela bicicleta!
O governo considerou as lojas de bicicletas uma das exceções para este confinamento. Serão sinais de tempos de mudança? Estará a dar-se a devida importância ao uso da bicicleta, não apenas pela hipótese de contágio ser tão diminuta, como por ser cada vez mais um motor para a economia (400 milhões em exportações em 2019), como para a saúde (estou certa de que o SNS a longo prazo irá agradecer).
Quanto ao mau tempo? Não o usemos como desculpa, por favor! 75% dos alunos do ensino secundário, na Holanda, vão de bicicleta para a escola! 🙂