Uma ferramenta para uma cidadania ativa e informada

Nos últimos dias, tenho-me dedicado a explorar a plataforma Environmental Insight Explorer da Google. Esta plataforma, é construída a partir de imagens de satélite e de dados recolhidos de utilizadores de smartphones, analisados recorrendo a técnicas sofisticadas. Os dados da plataforma estão disponíveis para várias cidades a nível mundial, entre elas Braga.

Em acesso livre, e apesar da definição da área em análise considerar uma zona urbana alargada a algumas zona rurais, sem que se entenda bem o critério como tal é feito, esta plataforma disponibiliza um conjunto muito interessante de dados acerca de Braga. Por exemplo, na imagem que acompanha este texto está representado um mapa de calor da temperatura média anual do solo de Braga. Este é um parâmetro importante, quando se estima que cerca de 4% das mortes em cidades europeias, durante o verão de 2015, podem ser atribuídas às ilhas de calor urbanas (1). Na imagem saltam à vista as manchas vermelhas (temperatura mais alta) que correspondem às grandes superfícies da cidade e seus parques de estacionamento, por outro lado, as zonas mais azuis, correspondem às zonas mais arborizadas.

Outro dado interessante, é a distribuição por meio de transporte utilizado nas viagens realizadas que começam ou acabam em Braga para as quais há dados disponíveis entre 2018 e 2021. Em 2018, 71,8% das viagens eram realizadas de automóvel, 26,1% a pé, 1,5% de transporte público e 0,4% de bicicleta. Com uma alteração significativa após a pandemia, em 2021, as viagens de automóvel aumentaram para 74,2% do total, as viagens a pé diminuíram para 22,3%, a utilização do transporte público não sofreu alterações significativas, e o número de viagens de bicicleta duplicou para 0,8% do total. Neste aspeto é interessante a comparação com outras cidades. Por exemplo em Coimbra, o panorama não é muito distinto de Braga. Por outro lado, em Vigo as deslocações a pé correspondiam em 2021 a 42,8% do total de viagens e em Pontevedra, uma cidade exemplo no que diz respeito à mobilidade, correspondiam a cerca de 50%. Fica o convite para o leitor explorar um pouco desta plataforma.

(1) Iungman T., et al. (2023) Cooling cities through urban green infrastructure: a health impact assessment of European cities. The Lancet

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