Trânsito por todo o lado!

Ultimamente só me vem à cabeça o programa Imagens Reais, apresentado pelo falecido Artur Albarran e só me apetece proferir as suas tão conhecidas palavras, “O horror, o drama, a tragédia”. Sinto isto, por ouvir tanto descontentamento por parte dos que me rodeiam, por ver as ruas entupidas de carros a buzinar e principalmente por ver imagens, como as que foram divulgadas esta semana, de pessoas a agredirem-se por causa do trânsito.

Sinto tristeza por ter de assistir a estas coisas e por ter toda à gente à minha volta tão stressada e revoltada.

Compreendo que obras e chuva não ajudem, de todo, ao bom funcionamento do tráfego rodoviário na nossa cidade, mas será que já todos colocaram a mão na consciência para perceber se podem fazer algo quanto a isso em vez de apenas reclamarem e “atirarem pedras” aos outros.

Todos sabemos que os carros são extremamente necessários, mas será que precisamos dele sempre e para todas as deslocações? Será que, se de casa ao trabalho demorarem menos de 30 minutos a pé, faz sentido ir de carro? Quem diz a pé, diz de bicicleta, o que reduziria o tempo da deslocação. “Sim, mas e quando chove?” perguntam-me. Quando chove usamos roupa e acessórios para chuva. É só água! A chuva não faz mal a ninguém, não causa gripes nem constipações. Pode ser um pouco desagradável, mas também não tenho visto ninguém agradado pelo trânsito que tem enfrentado nos últimos meses!

Há dias, várias pessoas partilharam um vídeo (eu inclusive) de um pai a brincar com a filha debaixo de uma chuva intensa. O vídeo quis mostrar que este pai em vez de dar um brinquedo ou até um ecrã para entreter a criança, preferiu brincar, e bem, ao ar livre com ela. Isto acontece e é normalíssimo em vários países. Aqui quando acontece parece um ato heróico! Não deveria ser assim, não há mau tempo, há más escolhas de vestuário. Como temos o cuidado de nos proteger no verão do sol, deveríamos fazer o mesmo no inverno e usufruir do que a natureza tem para nos oferecer em todas as estações do ano.

Tem de partir de nós e de tudo o perceber que é preciso começarmos a mudar algumas práticas e mentalidades para o bem da nossa sanidade mental e também pelo bem do ambiente.

Por isso, libertem-se do trânsito! Enfrentem a chuva, arrisquem andar a pé ou de bicicleta que, garantidamente, irão ganhar mais qualidade de vida e tempo para o que mais gostam de fazer em vez de estar presos horas a fio dentro de um automóvel. Vamos deixar as estradas para quem realmente precisa e não tem alternativas senão deslocar-se de carro.

Quanto às obras, elas são necessárias e espero que desta vez tenham em conta, também, todos aqueles que gostam de se deslocar a pé, de bicicleta e de transportes públicos.

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