Esta imagem, que tem corrido mundo, ilustra de forma bastante expressiva as implicações dos diferentes meios de transporte na ocupação do espaço urbano e, consequentemente, na qualidade de vida dos cidadãos. Não será, pois, por acaso que este mesmo tríptico surge afixado nos gabinetes de planeamento de trânsito de certas cidades europeias (e não, não estou a falar da Holanda nem da Dinamarca)…
Quase nem seria necessário tecer comentários, uma vez que as fotos acima se explicam por si. O que vemos é nem mais nem menos que o aspeto com que fica uma rua ou avenida quando 60 pessoas decidem circular em diferentes meios de transporte. O que nestas fotos se revela evidente é que a utilização do automóvel acarreta uma ocupação do espaço urbano que poderíamos considerar excessiva, quando comparada com o autocarro ou a bicicleta.
Daqui podemos facilmente tirar algumas ilações sobre o tipo de cidade que queremos construir para o futuro, para nós e para os nossos filhos.
Quando 60 pessoas (ou 600, ou 6000…) decidem sair de casa para trabalhar, para ir para a escola, ou para ir às compras, por exemplo, mesmo sem se aperceberem estão já contribuir para moldar um certo tipo de ambiente urbano nas ruas por onde passam. O meio de transporte que escolhem usar em cada deslocação marca a diferença.
Por outro lado, também quem tem o poder de decisão em matéria de ordenamento urbano e gestão de trânsito tem a responsabilidade de promover o uso responsável do automóvel, dos transportes públicos e (porque não?) da bicicleta. Essa promoção pode passar por muitas e variadas medidas, umas mais do agrado da mentalidade vigente, outras nem tanto. Mas o que é preciso é ter visão: uma visão de futuro, uma visão global, que não se limite ao benefício imediato nem às flutuações próprias da vida política.
– Se alguém hoje lhe perguntasse em qual dos três cenários acima preferia viver, qual deles escolheria, e porquê?