No passado dia 13 de dezembro realizou-se no Museu dos Biscainhos uma sessão com alguns dos 66 membros do Grupo Local da Mobilidade e vários técnicos do Município de Braga da cidade no âmbito da elaboração do, oficialmente, “Estudo de Mobilidade e Gestão de Tráfego para a Cidade de Braga”, mas apresentado ao longo do dia como “PMUS – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável”, reunião em que a Braga Ciclável se fez representar. O plano está a ser desenvolvido para o Município de Braga pela M-PT – Mobilidade e Planeamento do Território, uma empresa com vários projetos na área do planeamento e liderada pela Eng.ª Paula Teles.
No Grupo Local da Mobilidade, criado oficialmente a 20 de janeiro de 2017, estão representadas (para além dos técnicos municipais) as seguintes entidades:
- ACAPO;
- Braga Ciclável;
- CIM Cávado;
- Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N);
- Grupos de investigação da Universidade do Minho;
- Quadrilátero;
- Guarda Nacional Republicana;
- Polícia Municipal;
- Polícia Segurança Pública;
- TUB.
A sessão do dia 13 de dezembro dividiu-se em três partes, que foram de início extensamente explanadas pelo Vereador da Mobilidade, Prof. Doutor Miguel Bandeira. Na parte inicial a M-PT, pela voz da Eng.ª Paula Teles, expôs a sua visão para o Estudo de Braga, bem como os objetivos que este pretende alcançar. O objetivo do Estudo será estabelecer uma estratégia global de intervenção no âmbito da mobilidade, definindo um conjunto de medidas que promovam um modelo de mobilidade mais sustentável. Durante a apresentação por parte da M-PT foi apresentada a visão que norteia este plano para 2025 de onde faz parte um conjunto alargado de metas, estando entre elas os 10% da quota modal da bicicleta.
Em representação do município, a Chefe de Divisão do Trânsito e Mobilidade da CMB, a Arq. Filipa Corais, apresentou de forma bastante sumária vários projetos da área da mobilidade. Entre eles, foi apresentado o projeto “Eu Já Passo Aqui”, que tem intervenções em várias ruas no que diz respeito à segurança de travessias pedonais e que foi aprovado na reunião de executivo da passada sexta-feira dia 21 de dezembro e ainda projetos do PAMUS.
Foi também referido o projeto de 22 km de rede ciclável segregada, que já havia sido apresentado ao Grupo Local, não tendo sido dada nenhuma explicação quanto ao facto deste projeto não ter avançado para execução. De relembrar, que este projeto foi aprovado a 18 de dezembro de 2017 em reunião de executivo, prevendo entre 2018 e 2020 a execução de 20,22 km de ciclovias e a sua discussão pública foi anunciada para fevereiro de 2018.
Aquilo que se deu a entender nesta apresentação do dia 13 de dezembro de 2018 é que apenas vai avançar a requalificação da Ciclovia de Lamaçães e a sua extensão à Universidade, sem produzir efeito de rede ciclável segregada na cidade. Resta perguntar se um ano depois da aprovação em reunião de câmara, o projeto da rede ciclável caiu e como é que se pretende cativar as pessoas a utilizarem a bicicleta sem ruas seguras para tal?
Foi ainda dito que irá ser implementada uma rede ciclável de coexistência, dando a entender que se abandonou a rede ciclável segregada e o projeto intitulado “Projeto de Inserção Urbana de Transporte Público” elaborado pela empresa Allen PMC e adjudicado pelo valor de 74 600€ (66 600€ + 8 000€). Este projeto, apresentado na reunião do Grupo Local anterior a esta, visava trabalhos de melhoria das condições nas Avenidas da Imaculada Conceição, João XXI, João Paulo II, Liberdade, 31 de Janeiro, Dom João II, Lusíadas e de Gualtar, com segregação de via para as bicicletas, conforme se pode comprovar neste texto da autoria do município.
Foram apresentados também os locais onde serão finalmente instalados novos bicicletários, que dotarão Braga de 39 locais de estacionamento, 78 bicicletários, com uma capacidade total para 156 bicicletas. De acordo com a Arquiteta Filipa Corais, a instalação destes bicicletários deveria iniciar ainda antes do final do ano 2018. Tal não se verificou.
À parte inicial, seguiu-se uma divisão da assistência em grupos de trabalho onde, com base num questionário, foram pedidas contribuições aos participantes acerca do estado atual da mobilidade em Braga. Foi ainda possível expor algumas das nossas preocupações e propostas neste momento.
A sessão terminou com uma excelente apresentação acerca da estratégia de mobilidade de Pontevedra, uma estratégia pensada com base na construção de uma cidade para todos, homens, mulheres, crianças, novos e velhos e onde o direito ao espaço público não deve ser priorizado em relação aos privilégios dos automóveis. O caso de sucesso dos nossos vizinhos de Pontevedra já foi por nós referido diversas vezes, mostra como é possível ter uma cidade muito mais segura, sustentável e com maior qualidade de vida.
Ainda assim, não há duas cidades iguais, e o que foi feito em Pontevedra pode ser feito noutras cidades com as devidas adaptações. Por exemplo, Braga tem que ter em conta a rede de Transportes Públicos existente e ainda as necessidades no que diz respeito à mobilidade ciclável.
O Presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, surgiu no final da sessão para o encerramento.
Posteriormente foi enviado um documento (este) que alguns dos grupos trabalharam, com algumas perguntas separadas por temas. A Braga Ciclável fez o seu trabalho de casa e enviou ao Município de Braga e à empresa contratada para elaborar o PMUS, a MPT, as suas respostas a algumas das perguntas. As respostas da Braga Ciclável podem ser consultadas aqui.
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