Nos tempos que correm, muito se fala em tornar sustentáveis as cidades e a mobilidade dentro delas. É fundamental incentivar de forma inequívoca os comportamentos dos cidadãos que contribuam para essa sustentabilidade. Como, por exemplo, usar no dia-a-dia a bicicleta, o meio de transporte que não polui, não produz ruído, melhora a saúde e poupa dinheiro. Mas será que Braga já incentiva os seus habitantes a optarem por este meio de transporte, ou será que ainda se limita a “tolerar” esse uso, como se fosse uma mera e tonta brincadeira infantil?
Vejamos o caso dos estacionamentos para bicicletas. Quando, há 3 anos, um grupo de cidadãos reunidos em torno da Braga Ciclável se dirigiu à Câmara Municipal de Braga para entregar a Proposta Para Uma Mobilidade Sustentável, uma das medidas destacadas como urgentes era a instalação de estacionamentos adequados para bicicletas, sobretudo no centro da cidade. A ideia era facilitar a vida aos cidadãos que pretendessem usar a bicicleta para se deslocarem para o emprego, ir às compras e aceder aos diversos serviços ali situados. Por implicar um custo muito reduzido, a sugestão foi prontamente acolhida com aparente entusiasmo. Foi assim que, em ano de eleições, a CMB colocou 35 suportes do tipo “Sheffield”, repartidos por 7 locais e com a promessa de em poucas semanas os aumentar para mais do dobro. Mas o prometido aumento nunca veio, tal como nunca foram instaladas as placas de sinalização em 6 locais de estacionamento. Desde então, alguns estacionamentos são muitas vezes ocupados abusivamente por motos, impedindo o uso dos suportes pelos ciclistas. Ao fim de 3 anos (20 meses após a entrada em funções do atual executivo), a situação continua igual.
Será que, com os 149000 euros que Braga destinou em 2014 e 2015 para “Sinalização e Trânsito”, não foi possível pelo menos comprar as seis placas de sinalização que ficaram a faltar nos estacionamentos para bicicletas?
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(Artigo originalmente publicado na edição de 6/6/2015 do Diário do Minho)
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