Estacionamento para trotinetas partilhadas: uma reflexão necessária

Vi com bons olhos a entrada das trotinetas na grande equação que é a “mobilidade urbana”. Cada vez mais se vêm cidadãos e cidadãs a ir para o trabalho ou a deslocar-se no seu dia-a-dia nas conhecidas trotinetas. É mais um meio de transporte com muito potencial em meio urbano, podendo o mesmo substituir o uso do automóvel em muitos trajectos. São práticas e muito eficientes em meio urbano. Rara será a pessoa que actualmente em Braga não vê uma trotineta todos os dias, seja pessoal ou partilhada.

Neste texto foco apenas as trotinetas partilhadas, já que os problemas a que se assistem têm a ver com o uso das mesmas. Não é por acaso que recentemente as trotinetas partilhadas foram proibidas em Paris. Infelizmente aconteceu, já que o que levou a isso foi simplesmente a falta de regras para as trotinetas partilhadas.

Em Braga temos assistido a uma série de problemas associados às trotinetas partilhadas, seja o seu uso abusivo, caso do uso com dois ou mesmo três passageiros, do abandono em todo e qualquer lugar ou mesmo o vandalismo. Isto é um problema que não pode ganhar dimensão, pois se isso acontecer, descontrola-se e pode levar a que as trotinetas partilhadas sejam eventualmente banidas no futuro. Ora, caso sejam estabelecidas regras concretas e objectivas, por parte das entidades públicas, responsáveis pela gestão do espaço público, resolvem-se boa parte destes problemas, um deles é o estacionamento abusivo das trotinetas partilhadas. Como podem observar na fotografia que ilustra este comentário, temos ali dezenas de trotinetas a ocupar totalmente o estacionamento de bicicletas, em cima da relva e a barrar o passeio. É algo que não pode acontecer. O estacionamento para trotinetas partilhadas deve ser exclusivo das mesmas. Devem ser criados pela cidade vários pontos obrigatórios de estacionamento para este tipo de meio de transporte, sendo que fora destes mesmos pontos não seria possível deixar as trotinetas partilhadas. A tecnologia permite isso mesmo, sendo que as empresas em causa podem balizar os locais, permitindo o desbloqueio e bloqueio destas apenas nos locais previamente delimitados. Assim se resolveria o principal problema que temos visto no uso destas trotinetas partilhadas. Não seria possível abandonar as mesmas em qualquer local.

E isto tem de ser devidamente enquadrado nas políticas de mobilidade urbana de Braga, pois é uma variável importante.

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