Ecologia e Educação

A bicicleta não é uma moda. Como a alimentação saudável não é uma moda, a preocupação com o meio ambiente não é uma moda, a reciclagem de residuos não é uma moda, os electrodomésticos com classes ecológicas não são uma moda. A ecologia não é uma moda! A verdade é que já não vivemos na era industrial, o conhecimento científico já provou que alterações climatéricas drásticas estão e irão ocorrer com mais e mais frequência se não abrandarmos o ritmo de poluição e a população portuguesa já não é indiferente a esta questão. Mas as mentalidades não mudaram de um dia para o outro e se é óbvio que o protocolo de Quioto, o compromisso quase mundial de reduzir as emissões de carbono, as crescentes leis nacionais e internacionais para a redução dos níveis de poluição, os incentivos comunitários ao desenvolvimento de energias limpas e renováveis, o controlo e fiscalização das emissões das industrias para muito contribuiram para esta mudança de paradigma, também é evidente que há um factor que vale mais do que a fiscalização, as multas, as leis, as polícias que é o factor educação.

Quem não se lembra do anúncio das crianças a ensinar aos pais que reciclar era tão fácil que até um macaco o conseguia fazer? As novas gerações são muito mais abertas a mudanças de paradigma e abraçam-no com muito mais facilidade.

Quem está atento ao trânsito na cidade de Braga concerteza já reparou que os principais pontos de engarrafamento da cidade são as saídas das escolas nos horários de entrada e saída das crianças – um carro, um pai, à espera de uma criança, estacionado na beira da estrada às 8, às 13 e às 18, multiplicado por milhares de alunos de cada escola.

Perante o óbvio, as minhas perguntas são:

  • para quando estacionamentos de bicicletas à porta das escolas?
  • para quando políticas de educação, prevenção rodoviária e incentivos escolares que permitam que as novas gerações adoptem formas ecológicas, responsáveis e saudáveis de locomoção dentro da cidade de forma a cimentar um futuro mais sustentável?

(Artigo originalmente publicado na edição de 24/10/2015 do Diário do Minho)

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