Em 2012 Ricardo Rio dava a conhecer projetos para mudar a mobilidade na cidade na sede da ACB: “A nossa Avenida”.
Enquanto o PS anunciava uma rede ciclável com 21 km na cidade, Ricardo Rio avançava que ia construir, até 2025, 80 km de rede ciclável na cidade – está filmado.
Quando, em 2013, Mesquita Machado saía e todo um novo elenco entrava no Município, esperava-se que existisse, a partir de então, uma transformação na cidade de Braga.
Depois de se tornar Presidente de Câmara, Ricardo Rio alterou o PDM e introduziu novos objetivos para a mobilidade na cidade:
- Redução de 25% dos automóveis a circular em 2020 (pág. 135 do relatório do PDM);
- 10% de utilizadores da bicicleta na cidade até 2018 (pág. 128 do relatório do PDM);
- 20 milhões de Passageiros Transportados nos TUB em 2025 (pág. 135 do relatório do PDM);
- Linhas estruturantes de alta capacidade em dois eixos urbanos paralelos: um a Rodovia, o outro a antiga estrada nacional Porto-Braga-Chaves;
A expectativa e a esperança eram, por isso, altas. Braga ia finalmente ser referência a nível da mobilidade.
A redução dos automóveis e o aumento dos utilizadores da bicicleta conseguir-se-ia como todas as outras cidades conseguiram, redistribuindo o espaço público nas ruas. Onde hoje continuamos a ter 80% do espaço dedicado ao carro, passar a ter 50 ou 60, e o restante ser distribuído entre canais dedicados para os peões, bicicletas e transportes públicos.
Muitas cidades espanholas, francesas, inglesas, italianas e alemãs aproveitaram o período dos confinamentos para acelerarem estas obras. Braga ficou quieta. Parada. À espera. Sem tomar nenhuma decisão que viesse garantir segurança para as pessoas poderem optar por outros modos.
E hoje, praticamente no 10.º ano de governação de Ricardo Rio, continuamos sem nenhuma estratégia na mobilidade. Tenta-se proibir as bicicletas na zona pedonal, onde nada no Código da Estrada proíbe que as mesmas circulem – uma zona pedonal não é um passeio – e fizeram a asneira da Rua Nova de Santa Cruz. De resto, entre mais uns poucos estacionamentos para bicicletas, e umas iniciativas muito tímidas, pouco ou nada se fez para promover a utilização da bicicleta na cidade.
Não se criaram ciclovias nas principais Avenidas da cidade como prometeram: Rodovia, 31 de Janeiro e Liberdade continuam na mesma. Gastaram milhões a renovar a única ciclovia que Mesquita Machado tinha deixado, sem prever vias e paragens para o transporte público, e fizeram agora uma redistribuição do espaço a ligar a rotunda de São Mamede à Rotunda de São Pedro, repetindo a história da malograda ciclovia de Lamaçães: ligar nada a coisa nenhuma.
A esta altura esperava-se que fosse possível ir da Rotunda do Santos da Cunha até à primeira rotunda do fojo em ciclovia. Ir nas Avenidas desde o Minho Center ao Braga Parque em ciclovia. Subir e descer a Avenida 31 de Janeiro e a Avenida da Liberdade em ciclovia.
Mil milhões de euros depois, e Ricardo Rio não foi capaz de construir os prometidos 80 km de rede ciclável.
Continuamos, de remendo em remendo, sem acelerar o futuro. Precisamos de alguém que resolva os problemas da mobilidade, implementando uma política séria de mobilidade, a par do que a União Europeia tem vindo a fazer. Precisamos de melhores condições para andar a pé, de bicicleta e de transportes públicos. Precisamos que se invista 5 a 10% anual na mobilidade sustentável.
Cada vez é mais claro que vamos ter que resistir até 2025 para vermos mudanças a sério, na esperança de que quem venha a seguir coloque Braga no mapa da mobilidade sustentável.
Até lá, a Braga Ciclável continuará a defender uma cidade mais amiga de quem anda a pé, de bicicleta ou de transporte público e resistiremos aos que declaram guerra à sustentabilidade.