“Braga Ciclável acusa Câmara de desistir das bicicletas”


ASSOCIAÇÃO questiona não execução da primeira fase da rede ciclável estruturante da cidade. Câmara Municipal é criticada por desperdiçar fundos comunitários para a mobilidade suave.

“A Câmara Municipal de Braga desistiu de apostar na mobilidade activa, e mais concretamente nas bicicletas”, denunciou ontem a direcção da Associação Braga Ciclável.

Em conferência de impresa para abordar o tema ‘A modalidade em bicicleta em Braga’, aquela associação questionou a não execução de um projecto aprovado pela Câmara Municipal, por unanimidade, em Dezembro de 2017, que previa a construção de uma primeira rede ciclável estruturante com uma extensão de 22 quilómetros. “Não terá sido por problemas financeiros, uma vez que havia um envelope financeiro comunitário destinado a isso”, responde a própria direcção da ‘Braga Ciclável’, que lembra ter sido esta uma proposta eleitoral do actual executivo autárquico.

A primeira fase da rede estruturante, investimento na ordem dos 11 milhões de euros, prevê a criação de pistas cicláveis na Avenida da Liberdade, Avenida 31 de Janeiro, em toda a Rodovia e na ciclovia de Lamaçães.

O plano de actividades da Câmara Municipal para 2019 estima 1, 8 milhões de euros apenas para a regeneração desta última ciclovia, que será aumentada em 800 metros até ao ‘campus’ universitário de Gualtar.

Sobre a “regeneração da ciclovia de Lamaçães”, a ‘Braga Ciclável’ defende revisões do projecto, nomeadamente no prolongamento à Universidade do Minho, adiantando que “não se pode usar a regeneração de uma via como sendo a grande estratégia e o impulsionador da mobilidade em bicicleta de uma cidade”.

Na tomada de posição de ontem, a associação que tem como fim aumentar as condições para o uso da bicicleta como meio de transporte entende que a Câmara Municipal “desistiu de criar condições para os seus residentes utilizarem a bicicleta como modo de transporte e, em vez disso, voltou a falar e apostar apenas no trânsito automóvel”.

Depois de terem ficado “sem resposta” a um pedido de reunião com o presidente da Câmara Municipal, os dirigentes da ‘Braga Ciclável’ criticam o “aparente desinvestimento” na mobilidade activa, alertando que o mesmo “está em contracorrente com centenas de cidades europeias, que têm reforçado as suas políticas no domínio da mobilidade com bicicleta”.

Dizem não entender também “como se desperdiçam fundos europeus que visam uma melhoria da qualidade de vida dos bracarenses, proporcionando-lhes mais e melhores opções de mobilidade, com todos os benefícios clínicos, ambientais e económicos que daí poderiam advir”.

+mais: A ‘Braga Ciclável’ recorda que o Município de Braga estabeleceu o objectivo de 18 mil utilizadores de bicicleta nas deslocações citadinas em 2025. Actualmente, serão apenas 800 as pessoas que recorrem a este meio de transporte.

@Correio do Minho, 17 de Maio de 2019

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