Nos tempos que correm, todos nos deparamos com preocupações muito simples mas prementes: garantir o sustento da família, tentar proporcionar a si próprio e aos seus uma vida saudável e, de preferência, feliz. O dinheiro pode não comprar felicidade, mas na sociedade atual acaba por ser uma espécie de pré-requisito sem o qual dificilmente se pode viver em condições dignas. E dizem os entendidos que, no saldo das contas familiares, o que mais conta não é o que recebemos no início do mês, mas sim o que conseguimos poupar para os meses seguintes.
Ora, olhando às notícias recentes, o panorama não tem sido nada animador. Uma pandemia que não vai embora, outras doenças que andam à espreita, e mais a guerra, a inflação à porta, as taxas de juro a ameaçarem fazer subir as prestações de muitos empréstimos, os preços dos combustíveis que a cada semana batem novos recordes… Ainda há dias ouvia alguém perguntar “aonde é que isto vai parar?… como vamos viver?”
Não são tempos fáceis, mas a verdade é que há sempre formas de dar a volta à situação e a melhorar um pouco. O passado ensina-nos algumas lições, e uma delas é que as crises são também geralmente oportunidades de transformação e crescimento, e muitas das melhores ideias e mudanças surgem precisamente do engenho que é aguçado pela necessidade.
É o caso da bicicleta, que temos visto novamente ganhar utilidade prática para muitas pessoas que, até há bem pouco tempo, não lhe davam grande uso. A pandemia criou a necessidade de retomar a atividade física. Os sucessivos confinamentos e a redução temporária de automóveis nas estradas criaram condições para que mais pessoas experimentassem pedalar de vez em quando. A inflação acentuada dos últimos meses e, sobretudo, o aumento dos preços dos combustíveis deram também o seu empurrão. Basta olhar com atenção e vemos que há cada vez mais gente a usar a bicicleta para se deslocar em Braga. Porque afinal, lá no fundo, todos sabemos que a bicicleta é um meio de transporte que nos permite facilmente poupar dinheiro e queimar gordura. Tão simples como isto: poupar dinheiro e levar uma vida mais saudável.
Se não pedalamos com mais frequência nos percursos curtos urbanos do dia-a-dia, é porque faltam condições de segurança e conforto para quem se desloca de bicicleta. Como podemos ir de bicicleta da Estação para a Universidade? E de São Vicente para Ferreiros? E de Lamaçães para o Centro? Como podem os nossos filhos ir para a escola de bicicleta?
É a questões como estas que urge dar resposta efetiva, se queremos ter em Braga uma real qualidade de vida, que seja acessível a todos, sem distinção.
Para finalizar, e porque também de festa e alegria se vive, deixo um pequeno apontamento só para lembrar que dentro de uma semana, no próximo domingo, dia 5 de junho, realiza-se finalmente uma nova edição do passeio em bicicleta Braga Cycle Chic. Os detalhes do evento e inscrições serão divulgados como habitualmente na página da Braga Ciclável. Apareçam!