Aconteceu em Braga, no passado dia 29 de Junho, o “V Braga Cycle Chic”. Um evento anual que, através de um passeio de bicicleta pela zona envolvente ao centro histórico da cidade, pretende promover a utilização da bicicleta em contexto urbano, no dia-a-dia. Cerca de duas semanas antes, no dia 16 de Junho, acontecia o “Ciclo Passeio Solidário de São João”. Um passeio de bicicleta, desta feita de cariz solidário e com um percurso mais alargado, dotado de uma componente informativa e histórica sobre aquela que é a maior festividade da cidade. De uma forma periódica, acontecem também os “Encontros Com Pedal”, encontros informais onde os amantes das bicicletas se reúnem para passeios temáticos ou para pedalar juntos e conhecer parceiros que a estes eventos se associam.
Muitos se questionarão da pertinência de juntar um grupo de pessoas a pedalar pela cidade. Se vale a pena todo o trabalho de coordenação e logística envolvido, para colocar um número, nem sempre previsível, mas sempre significativo, de ciclistas a circular pela cidade. Na Braga Ciclável, acreditamos que sim! É pela presença nas ruas, seja ela conjunta ou individual, que nos fazemos sentir.
Todos os dias vemos aumentar o número de pessoas que utilizam a bicicleta nos seus percursos. Nuns mais do que em outros. Basta que tiremos um par de horas, durante um dia da semana, e nos sentemos numa esplanada do eixo Rua D. Diogo de Sousa/Rua do Souto, sobretudo nas horas pré e pós horário de expediente, para perceber a enorme quantidade de pessoas que se arrisca por este percurso em bicicleta. “Arrisca” porque se trata de uma zona pedonal que, quiçá, pela presença continua de ciclistas, poderá ver o seu estatuto e condições infraestruturais revistas pelas autoridades competentes.
Mas não são apenas as instituições, como o Município ou as forças de segurança, que pretendemos sensibilizar. Queremos também fazer-nos notar junto dos automobilistas, queremos familiarizá-los com a circulação de bicicletas nas estradas para que se possa construir um respeito mútuo. Existem regras de trânsito a respeitar, nomeadamente no que diz respeito a distâncias de segurança, mas acima de tudo, existem princípios morais e humanos a preservar.
É preciso insistir, estranhar, para depois entranhar e aceitar.