A bicicleta e o amor

Neste que é o mês do amor, não poderia escrever sobre outro tema senão a minha história de amor:
Semelhante, e quase citando Carlos Paião na canção Cinderela: eramos duas crianças a viver esperanças e a saber sorrir, eu tinha cabelos loiros e ele uma bicicleta.
Data de 1999 e, ter e andar de bicicleta era “cool”.
Desde criança que as bicicletas me fascinavam, se calhar, por não poder ter uma. E foi na adolescência que esse sonho se realizou. O meu interesse era tal que não é de estranhar que o meu grande amor fosse por alguém que andava de bicicleta.
Poder andar de bicicleta era, e continua a ser, libertador. Sentia-me livre para ir onde quisesse com os amigos. Podíamos dar passeios, fazer piqueniques e descobrir sítios novos. E claro, namorar!
E assim foi, num desses muitos passeios, que esse amor do século passado aconteceu e dura até hoje. Posso por isso dizer, que foi um amor não com perna para andar, mas com pedais para pedalar.
Deste amor nasceu um filho, e não foi por isso que pusemos este modo de transporte de lado. Começou já na barriga a sentir as pedaladas da mãe, depois em bebé a ser levado na cadeira da bicicleta e hoje, com 5 anos, já me acompanha na sua bicicleta. Há quem diga que sou louca e pense talvez que sou irresponsável, mas apesar das dificuldades e da pouca acessibilidade da cidade para este modo de transporte, prefiro não o fechar dentro de um carro durante largos minutos por causa do transito. Usando a bicicleta ganhamos tempo para brincar, ir ao parque e o trajeto em si já é um agradável passeio.
Desengane-se quem pensa que apenas o fazemos em dias de sol, pois a chuva não nos intimida. Como costumamos dizer, “quem tem capa, sempre escapa” e equipados lá vamos nós para o infantário e chagamos sempre mais secos que muitos.
Assim como na adolescência, também nos dias de hoje, é libertador não ir de carro para todo lado e, assim, não estar presa no trânsito infernal da cidade. Prefiro a chuva na cara ao fumo dos carros e ao stress que é estar fechada sem conseguir chegar rapidamente onde quero, ou tenho de ir.
Gostava que mais pessoas experimentassem o fantástico que é usar a bicicleta. A rapidez e a facilidade com vão conseguir chegar onde precisam. Tenho a certeza que muitos de iam apaixonar, assim como eu me apaixonei.
E é esta a história que vos queria contar, de um amor à bicicleta que levou ao amor entre duas pessoas.
Espero ter-vos inspirado, e para saberem mais sobre como a bicicleta se tornou, para mim, e também para outras pessoas, uma opção para as deslocações diárias e principal modo de transporte, ouçam o podcast da Braga Ciclável, batizado Conversas com Pedal.
Este projeto foi lançado no dia 5 de fevereiro, já conta com dois episódios de oito na primeira temporada.
Pode ser ouvido no spotify, Apple Podcast ou Google Podcast.

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